sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ônibus a biocombustível entram em operação na Linha Verde

Os primeiros seis ônibus da América Latina a circular apenas com biocombustível, sem mistura com diesel, entraram em operação na tarde desta quinta-feira (27) na Linha Verde. Os ônibus, que fazem a linha Pinheirinho-Carlos Gomes, foram abastecidos com o novo combustível na garagem da Viação Cidade Sorriso. O primeiro ônibus a receber biocombustível foi abastecido pelo prefeito Beto Richa ao lado de representantes das empresas e instituições parceiras no projeto.

"Curitiba dá mais uma prova de sua preocupação com a proteção do meio ambiente. Este é um grande passo, um avanço na inovação tecnológica e estamos dando um exemplo ao Brasil", disse o prefeito. Richa disse que a intenção é, na medida do possível e a partir dos resultados obtidos na Linha Verde, estender o uso do biocombustível para toda frota.

"Estamos abrindo uma nova etapa na história do transporte e da conservação do meio ambiente no país", afirmou o presidente da Urbs, Urbanização de Curitiba S/A, Marcos Isfer. "Este é um projeto ousado que só foi possível graças ao empenho dos nossos técnicos, às empresas e instituições parceiras e à determinação do prefeito Beto Richa de torná-lo possível", afirmou.

O combustível usado nestes seis ônibus é feito à base de soja e, por não ter mistura de óleo diesel, é definido pelos técnicos como B 100. Anteriormente, Curitiba já havia testado misturas de 5% e 20% de combustível orgânico, os chamados B05 e B20, experiências que levaram ao projeto do B100. A expectativa é que o programa permitirá uma redução de pelo menos 50% na emissão de poluentes. Só a emissão de dióxido de carbono será 30% menor e a emissão de fumaça cai em 70%.

Desde 2007 é obrigatório, no país, a mistura de 4% de biocombustível ao diesel. Os ônibus da experiência iniciada na Linha Verde têm apenas biocombustível.

São parceiros do projeto da Urbs, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente; as empresas operadoras do transporte na Linha Verde, Cidade Sorriso e Viação Redentor; as empresas fabricantes de chassis Scânia Latin América e Volvo do Brasil; o Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar); o Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico e Combustíveis (Probiodiesel); e as empresas BSBios Indústria e Comércio de Biodiesel Brasil Sul S/A, sediada em Passo Fundo (RS), que produz o combustível; e a RDP, Distribuidora de Petróleo Ltda, sediada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, responsável pelo transporte.

Um dos desafios para a implantação do projeto, conta o diretor de Transporte da Urbs, Fernando Guignone, era justamente estabelecer uma parceria ampla, que garantisse o fornecimento, a distribuição, a avaliação técnica e isso foi possível porque todas as áreas, de alguma forma envolvidas, aceitaram o desafio. "Reunimos na mesma idéia, fabricantes, operadores, produtores e distribuidores do combustível, contando ainda com pesquisa técnica", diz.

Elcio Karas, gestor da área de Vistoria e Cadastro do Transporte Coletivo na Urbs e que coordena a implantação do projeto, explica que os ônibus serão monitorados durante 18 meses, com avaliação técnica de desempenho, custos e emissão de poluentes. "O que estamos fazendo em Curitiba é algo inédito e que exige uma avaliação permanente dos resultados. A idéia é que tenhamos progressivamente cada vez mais ônibus rodando com o B100", afirma.

Os ônibus - três da Scânia e três da Volvo - têm motores Euro III e a previsão é de um consumo total de, em média, 20 mil litros por mês. Cada ônibus da Linha Verde percorre em média, por dia, 200 quilômetros. O consumo destes ônibus deverá sofrer um acréscimo próximo de 8%, o que será avaliado durante o período de testes. A troca do óleo lubrificante dos ônibus será feita a cada cinco quilômetros, com monitoramento constante para observar os efeitos do biocombustível em peças como pistão, anéis, bicos injetores e tubulação.

"Este projeto é inovador", afirmou Jeferson Chicre Abou Rejaile, da RDP Distribuidora de Petróleo, empresa encarregada do transporte do novo combustível, produzido em Passo Fundo (RS). "Houve uma experiência semelhante na Alemanha mas em função das baixas temperaturas e outras características locais, acabou não prosperando. Aqui, a organização, qualidade do produto e envolvimento de todos os setores no projeto são garantia de sucesso. Curitiba mais uma vez mostra porque é referência em transporte coletivo", afirma.


Fonte: Urbs

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